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Cerca de 500 pessoas irão assistir em Badajoz ao III Congresso Ibérico da Dehesa e do Montado

Cerca de 500 pessoas, entre proprietários, empresários, técnicos e investigadores irão reunir-se no III Congresso Ibérico da Dehesa e do Montado, que se celebra em Badajoz na próxima semana.

Nos dias 20 e 21 de novembro, a cidade será o cenários no qual se irão debater questões de interesse que afetam este ecossistema, que apenas na Extremadura ocupa 1 439 000 hectares. O objetivo desta terceira edição é, sobretudo, dar destaque ao valor do pasto e do montado, se bem que sem esquecer os problemas que ameaçam a sua sobrevivência. 

No total, haverá mais de 30 conferências e 6 apresentações breves distribuídas em seis blocos, a cargo de oradores vindos de universidades, empresas, associações, centros de investigação e administrações. 

O encontro irá abrir-se com duas apresentações dedicadas à situação do pasto e do montado: ao seu passado, presente e futuro. Outro tema que foi incluído na primeira jornada do congresso é a sustentabilidade ambiental, já que se trata de uma linha prioritária nas políticas europeias atuais. Este bloco irá abordar a influência da mudança climática no pasto e também a sua importância como sistema de elevado valor natural. 

Na sessão da tarde irão explicar-se diferentes projetos de investigação sobre a doença da seca, a tuberculose bovina, a mudança climática ou a melhoria dos sistemas de manuseamento de pastos. Também se darão a conhecer outras iniciativas inovadoras que já estão em marcha em Portugal através de grupos operativos, nos quais se abordam questões como a gestão integrada da doença do sobreiro, a nutrição e fertilização do montado e o rego de precisão em sobreiros, entre outras.

Sustentabilidade social e económica

Durante o segundo dia, haverá um bloco dedicado à cultura e tradições e à relação que têm com a sustentabilidade social do nosso território. Para além disso, irá falar-se de sustentabilidade económica, explicando modelos de negócio que melhorem a rentabilidade das pequenas e médias explorações, da importância de procurar elementos diferenciadores que valorizem o pasto, tais como o bem-estar animal, a certificação de produção ecológica, a qualidade dos seus produtos, etc. 

Regulamento e PAC

O congresso irá encerrar com a mesa redonda “Regulamento e PAC”, na qual haverá representantes da Comissão Europeia, que explicarão como a nova PAC afetará o pasto; dos governos da Extremadura e da Andaluzia, para dar a conhecer as ajudas vigentes em ambas as regiões; bem como do Ministerio de Agricultura, Pesca y Alimentación. Do lado de Portugal, irá intervir um representante do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), expondo as leis e regulamentos que se aplicam ao montado. Também os proprietários, através da Federación Española de la Dehesa (FEDEHESA), darão a sua própria visão sobre este tema. 
O encontro é organizado pelo Centro de Investigaciones Científicas y Tecnológicas de Extremadura (CICYTEX), Consejería de Medio Ambiente y Rural, Políticas Agrarias y Territorio de la Junta de Extremadura; Consejería de Medio Ambiente y Ordenación del Territorio de la Junta de Andalucía, Consejería de Agricultura, Pesca y Desarrollo Rural de la Junta de Andalucía, Agencia de Gestión Agraria y Pesquera de Andalucía (AGAPA), Adenex, Federación Española de la Dehesa (FEDEHESA), Universidad de Extremadura, Universidad de Córdoba, Extremadura AVANTE, Gestiona Global, INIAV-Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) e Universidade de Évora.

Cooperação Espanha-Portugal

Este congresso é uma das atividades planificadas dentro do projeto de cooperação transfronteiriça PRODEHESA-MONTADO (Valorização Integral do Pasto e do Montado), cofinanciado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do Programa INTERREG V-A Espanha – Portugal (POCTEP) 2014-2020. 

Os 16 parceiros que participam no PRODEHESA-MONTADO trabalham já na colocação em marcha das ações necessárias para valorizar o pasto, tanto a nível ambiental como económico, a partir de um ponto de vista sustentável. Pretendem estabelecer as bases para conseguir uma cooperação contínua entre todas as regiões nas quais se distribui este ecossistema tão peculiar, com o intuito de promover a sua conservação e rentabilidade económica. O projeto apresenta soluções para a conservação e o aproveitamento sustentável destas paisagens de cultivo, tornando visível a sua rentabilidade socioeconómica, com o desenvolvimento de inovações nos produtos que oferece e a melhoria da sua qualidade.
 

  • 14 novembro 2018